segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Minha melhor companheira

Questiono - quase sempre - minha disposição para a solidão. Sem dúvida ela é a responsável por estar aqui, no farol. Também responde pela vontade de mergulhar nos livros e na música, artes quase sempre solitárias - na sua criação - mas destinadas ao grande público. Os livros, particularmente, são os grandes e estimados amigos. A música complementa as palavras escritas e os "sonhos" que elas possibilitam.
O silêncio e a possibilidade de reciclar o pensamento e as ações são os grandes complementos...eles vem por "tabela", como se costuma dizer. E são muito benvindos.
Nestes tempos de "festejos" a solidão me parece mais uma benção, uma dávida de Deus. E fico pensando quantos não gostariam de estar no meu lugar.
A Estrela de Belém vai aparecer dentro de alguns pares de horas e o Ano Novo chegará em seguida.
Estarei só fisicamente. Mas meus fantasmas estarão aqui comigo, brindando, lembrando, chorando, rindo, cantando. Meus fantasmas queridos. Meus queridos amigos. Meus companheiros de jornada.
E quando o dia chegar, e eles se forem de mansinho - comentando entre si que já não se fazem mais Natais como antigamente - estarei com os olhos pregados no horizonte, tentando encontrar a receita para enfrentar mais um ano...a receita que, enfim, vou encontrar dentro do meu coração.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A visita de um velho amigo...

É fazendo as contas que concluo que um velho amigo está prestes a chegar a este farol. Como faz a cada 12 ciclos lunares, meu velho amigo Chronus está vindo para que possamos privar de sua companhia.
Foi um periodo dificil. Poseidon - outro velho amigo - manifestou-se de forma anárquica e difusa nestas plagas. Deixou muitas marcas e pouca saudade. Levou, acompanhado de Tanatos, grandes companheiros desta longa viagem. E antes do tempo...
Mas uma visita deve ser saudada com festas e comemorações. E assim será. O velho farol estará limpo e os metais estarão brilhando. O espelho não terá um único grão de poeira. E este velho faroleiro estará com sua melhor indumentária e com as botinas refletindo, ainda uma vez, o mergulho do Sol no horizonte e, talvez, o ressurgir da Lua no céu deste oceano sem fim. Quem sabe, pela última vez.